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#Kane & Lynch 2: Dog Days – Review

Produtora: IO Interactive Distribuidora: Square-Enix
Gênero: Tiro em Terceira Pessoa Plataformas: Xbox 360, PS3 e PC (versão testada)

Por: Arthur Alves
Sangue, violência e muito chumbo. Apesar de não ter acertado a mão em seu primeiro jogo, a história da dupla Kane e Lynch era muito promissora: um assassino e um esquizofrênico juntos. Kane & Lynch: Dead Men tinha seu subtítulo explicado pelo fato de ambos serem condenados à morte pela justiça. Leia abaixo nossa análise da continuação e descubra porque o jogo também faz  jus ao nome.

http://www.gamus.com.br/2010/08/kane-lynch-2-dog-days-review/

Bem Vindo a Shanghai

Apesar de seguir os acontecimentos do primeiro, não é necessário ter jogado Dead Men para entender o que se passa em Dog Days. O jogo se passa em Shanghai. Metrópole chinesa, com uma miríade de oportunidades. Lynch recebe uma proposta de tráfico de armas para a África e chama Kane para ajudar. Pronto, se prepare para muitas balas voando para todos os lados, seja contra policiais, forças especiais, exército ou gangues.
A história do jogo é curta. Por mais que poderia me referir somente ao enredo, meu comentário se estende ao jogo. Podendo ser completado em 4 horas, Kane & Lynch 2 é extremamente curto. Apesar de no tempo decorrido Dog Days colocar a dupla em situações cada vez mais fodidas (e divertidas), passando por cenários que mostram desde o sujo submundo de Shanghai até os seus elegantes arranha céus, o jogo simplesmente termina rápido demais e ainda por cima de forma inesperada – você só descobre que ele acabou bem, quando ele acabou, como se no meio da jogatina um primo chato aparecesse e desligasse sua TV.
O consolo é que são 4 horas de Jack Bauer. Ou seja, haja ação e reviravolta em tão pouco tempo. Se você se sentiu ofendido com a palavra “fodidas” acima, é melhor parar de ler essa análise e desistir do jogo. Comparado à brutalidade de Dog Days, isso foi uma palavra casual de uma primavera com uma chuva de rosas. Em uma das fases, a situação em que Kane e Lynch se encontram é algo que imaginaria num filme no estilo “O Albergue”, não em um jogo.

Dias de Cão

 

A jogabilidade é bem divertida, seja seja movimentação ou atirando. Só encontrei problemas com o sistema de cobertura do jogo, em que algumas vezes Lynch acabava se protegendo no lado errado da superfície, se expondo ao fogo. Nesses casos, ele irá cair e uma vez no chão poderá continuar atirando ou apertar um botão para se levantar e se proteger automaticamente no cenário. Isso no multijogador cai bem, deixando menos frustrante o combate entre dois caras atirando de suas respectivas coberturas.
O combate será basicamente isso – a dupla matando uma quantidade gigante de inimigos dos mais variados tipos de suas proteções. Apesar de a inteligência artificial do jogo sempre tentar pressionar te flanqueando, não é difícil impedí-los. Consequentemente, o jogador até mesmo menos experiente morrerá poucas vezes, somente quando colocar o carro na frente dos bois e avançar sem limpar o caminho antes; à curta distância, um grupo de inimigos (ou até mesmo um deles) é fatal, levando o jogador à morte sem direito à uma segunda chance de se levantar.
Boa parte da “dificuldade” em deter o avanço da IA vêm das armas do jogo. Submetralhadoras são muito imprecisas, e rifles relativamente fracos. Enquanto isso, as espingardas tem uma precisão maior do que vemos em outros jogos mas com menos dano. Propositalmente ou não, isso é algo estranho que você ficará notando durante o decorrer de Dog Days. Para não ficar apenas na crítica, posso elogiar o som e sensação de tiro das armas (incluído aqui animação).


Luzes, câmera, ação

A primeira coisa que irá notar, já no menu, é o visual câmera amadora. A apresentação inteira foi projetada de modo a fazer com que o jogador pareça um terceiro elemento, acompanhando de perto o rastro de destruição da dupla de assassinos. Desde os menus, com visual “menu de câmera”, até os avisos de que o jogador chegou a um ponto de controle, em que Dog Days mostra o “tempo de gravação” piscando no topo da tela para demonstrar que está salvando o progresso.
E não somente a interface, mas o visual do jogo inteiro é assim. Desde as luzes “esticadas” do topo à parte inferior da tela, movimento de câmera, “problemas” nas cores do jogo e uma falsa baixa resolução criam toda uma atmosfera de documentário ao jogo. Não seria ousado dizer que Kane & Lynch 2 é um dos jogos com visual mais realista já feitos. Algumas vezes o jogo fica com uma aparência foto realística por conta disso – principalmente com os objetos e cenários à longa distância, onde os efeitos de simulação de lente de câmera escondem as falhas gráficas do jogo. Sem esse truque, Dog Days se revelaria um jogo com gráficos medianos. Caso queira estender a curta campanha, ficar enrolando em cada cenário, provavelmente irá notar um jogo tecnicamente medíocre, mas com uma série de truques visuais muito bem feitos, como um ótimo reflexo de água, bom jogo de luzes e até mesmo um “cabelo balançante” em Lynch. Se tem uma coisa que tecnicamente nesse jogo ficou muito bom é a interação do cenário com os tiros, com uma grande quantidade de objetos destrutíveis.
Para fechar com chave de ouro a ambientação “realista” de um documentário, o jogo tem poucas músicas. O que se houve além de (muitos) sons de tiros é o ambiente da cidade de Shanghai. A dublagem é muito boa, assim como os vários efeitos sonoros e ecos dos cenários. As buzinas, gritos de civis, passos em diferentes superfícies, tudo foi muito bem trabalhado.
Kane & Lynch. Ok, um jogo com um nome desse pede um modo cooperativo. E, assim como Dead Men, ele tem – de curta duração mas tem, reflexo da campanha de um jogador. As mesmas 4 horas de jogo estão no modo co-op. O modo online é divido em Fragile Alliance, Undercover Cop e Cops vs. Robbers. São modos de jogo interessantes por fugirem do padrão, como o Fragille Alliance (que vem do primeiro jogo) em que um time de bandidos tem que sobreviver à ondas de policiais e até mesmo trair companheiros para levar uma fatia maior do dinheiro do roubo. E, novamente, Kane & Lynch 2 peca na falta de conteúdo. Poucos mapas tiram a longevidade do modo online, apesar de ter armas e mapas por DLC.

Conclusão

 

Ótimo jogo, mas curto. Kane & Lynch 2: Dog Days é talvez um reflexo dos jogos de ação dessa geração. Um jogo extremamente promissor, mas marcado pela falta de conteúdo. Decisão da equipe ou falta de tempo, é inevitável sentir uma frustração ao terminar o jogo, mesmo jogando-o sem pressa. O pior é que isso repete-se no modo multijogador, que tem poucos mapas e modos de jogo – apesar de serem diferentes do que estamos acostumados a ver. Intenso, com uma ótima apresentação, bons gráficos e jogabilidade (ao menos no PC) mas curto e com algumas falhas na cobertura e comportamento armas, Dog Days é aquele jogo que vale uma conferida descompromissada.

Mais & Menos

+ Brutal e Intenso
+ Cenários cheios de objetos destrutíveis
+ Personagens principais carismáticos
+ Efeito de câmera amadora
- Extremamente curto
- Armas estranhamente balanceadas
- Cobertura não funciona tão bem





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